NOTÍCIAS
02 DE MAIO DE 2023
Trabalhos acadêmicos resultam em contribuições para política judiciária contra o assédio
A análise do conteúdo de dez publicações acadêmicas concluídas entre 2003 e 2019 que relacionavam assédio e Poder Judiciário identificou conclusões comuns e apontou recomendações para a gestão de pessoas nos 94 tribunais e conselhos de todo o País. Esse levantamento rendeu duas listas que têm a ver com o ambiente de trabalho no serviço público e no Poder Judiciário: uma indica 44 atitudes hostis e a outra elenca 14 características específicas desse tipo de relação tóxica. O resultado dessa análise e outros dados sobre o combate ao assédio e discriminação na Justiça serão divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em maio, mês em que é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral (2/5).
O estudo bibliométrico feito pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do CNJ faz parte da 2ª Pesquisa Nacional de Assédio e Discriminação no Âmbito do Poder Judiciário. Essas duas ações fortalecem a Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação, instituída pela Resolução CNJ n. 351/ 2020. Outra consequência dessa norma foi a criação, em dezembro de 2020, do Comitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual e da Discriminação no Poder Judiciário.
O levantamento buscou referências em plataformas da internet acerca da relação entre o termo assédio – moral ou sexual – e a expressão Poder Judiciário. Isso resultou na seleção de três publicações da área da Psicologia; três que são referentes ao Direito, às Relações Internacionais e ao Desenvolvimento Social; dois que têm relação direta com a Administração; uma é da área da Saúde Ambiental; e outra está mais próxima da Economia, Administração, Contabilidade, Ciência da Informação e Documentação.
Impunidade
Quanto ao tipo de texto acadêmico, foram analisados dois artigos, uma monografia de graduação, uma monografia de especialização, cinco dissertações de mestrado e uma tese de doutorado, publicados em um período de 17 anos. Todos eles chamam a atenção para a falta de legislação específica a respeito do tema e alertam para o risco de impunidade dos agressores ou das agressoras e para a possibilidade de ineficácia na atuação das unidades responsáveis pela gestão de pessoas e das medidas de prevenção contra o assédio e a discriminação que cada órgão dispõe. Isso apesar de a lei que tipificou o assédio sexual e o assédio moral ser de maio de 2001 – a Lei n. 10.224/2001 – ou seja, de validade anterior a todos os dez estudos.
“Os resultados desses estudos representam possibilidades de olhar para o Judiciário e lançar proposições que possam auxiliar no processo de aprimoramento das políticas de gestão de pessoas”, avalia a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Ana Lúcia Aguiar, que atua como coordenadora no DPJ. “Essa foi uma oportunidade de lançar os olhos sobre essas narrativas e também sobre as metodologias utilizadas para a aproximação sobre o fenômeno social que é o assédio e a discriminação e a sua relevância se deve ao fato de que o Poder Judiciário deve estar atento às pesquisas que são feitas sobre o próprio Judiciário.”
Foi possível, com base no conteúdo das dez publicações, definir as consequências do processo de assédio sobre trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário. As vítimas podem manifestar reações como depressão, vergonha, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, angústia, crises de choro, insônia, ideação suicida, problemas digestivos e tensão muscular. Também é possível prever manifestações como medo, autodesvalorização, comprometimento do sono, estresse, melancolia, dor de cabeça, cansaço, distúrbios sexuais e adoecimentos somato-psicológicos, como o abuso do álcool e o consumo de substâncias ilegais.
Texto: Luiz Cláudio Cicci
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Trabalhos acadêmicos resultam em contribuições para política judiciária contra o assédio appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
28 DE ABRIL DE 2023
Autismo é tema do Fórum Permanente de Acessibilidade e Inclusão
É nesta sexta-feira, 28, que acontece o Fórum Permanente de Acessibilidade e Inclusão. O evento, promovido pelo...
Portal CNJ
28 DE ABRIL DE 2023
CNJ recebe propostas para 6.ª edição da série Justiça Pesquisa até 10 de maio
Instituições sem fins lucrativos ou fundações públicas, que tenham como missão a realização de pesquisas e...
Portal CNJ
28 DE ABRIL DE 2023
Trabalho artístico de crianças é tema de webinar do CNJ nos dias 4 e 5/5
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza, na quarta-feira (4/5) e na quinta-feira (5/5), o webinar Trabalho...
Portal CNJ
28 DE ABRIL DE 2023
Portarias do CNJ nomeiam e definem atuação das Ouvidoras da Mulher no Judiciário
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou as Portarias que designam as representantes regionais e da Justiça...
Portal CNJ
28 DE ABRIL DE 2023
Inscrições para concorrer ao Prêmio Innovare vão até 8 de maio
Servidores e servidoras, magistrados e magistradas do Poder Judiciário ainda tem a chance de se inscreverem na 20ª...