NOTÍCIAS
02 DE MAIO DE 2023
Soluções Fundiárias: juiz não deve ficar limitado a interpretador de lei ao decidir conflitos
No evento, Perspectiva de Atuação do Judiciário no Regime de Transição Estabelecido na ADPF 828, realizado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o professor Dr. Antônio César Bochenek, juiz federal do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), destacou a importância da especialização de juízes e juízas no tema fundiário. Segundo o especialista, isso contribui para que possam encontrar soluções mais inovadoras, consensuais e eficazes para os conflitos.
“A doutrina mais moderna chama isso de competência adequada. Isso não é ferir o princípio do juiz natural, mas aproveitar a competência dos magistrados para o que fazem melhor”, afirmou o professor.
O desembargador Fernando Antônio Prazeres, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), destacou a atuação da Comissão de Soluções Fundiárias que tem conseguido resolver os conflitos de maneira mais humanizada e com a participação de outros agentes públicos e da sociedade civil, além do poder judiciário.
Fernando Prazeres citou o caso do despejo de uma comunidade de agricultores que ocupava a terra por quase 20 anos e que possuía, inclusive, estudos de viabilidade de destinação para a reforma agrária.
“O despejo das famílias foi trágico sob todos os aspectos. Eram 70 famílias que viviam em uma área rural há muitos anos e foram abandonadas à beira das estradas. Atualmente, eles ainda estão em processo de reconstrução de suas casas e ainda estamos em processo de mediação”, disse.
O desembargador relatou que a Comissão de Soluções Fundiárias do tribunal paraense optou por conhecer in loco a situação daquelas famílias.
“Tenho 33 anos de magistratura e essa, sem dúvida alguma, foi a experiência mais chocante de minha vida. Não encontrei pessoas prontas para o conflito, ao contrário, eram pessoas simples, que se aproximaram de mim para relatar tudo o que passaram durante o despejo”, lembrou o magistrado.
Atualmente, qualquer decisão que determine despejo coletivo deve passar pelas ações da Comissão, devem ser elaborados estudos, com ampla negociação entre todas as partes envolvidas. “Nem sempre é possível a solução consensual, mas a comissão tem alcançado êxito expressivo em sua atuação”, afirmou o desembargador
O Seminário Soluções Fundiárias: Perspectiva de Atuação do Judiciário no Regime de Transição Estabelecido na ADPF 828 reuniu especialistas e magistrados ao longo de dois dias – quinta (27/4) e sexta-feira (28/4). A mediação dos painéis ficou a cargo da juíza auxiliar da presidência do CNJ Fabiane Pieruccini.
Assista a íntegra aqui:
Texto: Regina Bandeira
Edição: Karina Berardo
Agência CNJ de Notícias
The post Soluções Fundiárias: juiz não deve ficar limitado a interpretador de lei ao decidir conflitos appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
15 DE MAIO DE 2023
Balcão Visual, do TRT-15, é tema da 2ª edição do Projeto Propagar
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza nesta terça-feira (16/5) a segunda edição do “Projeto...
Portal CNJ
15 DE MAIO DE 2023
Homem de 74 anos garante primeira certidão de nascimento em Arapiraca (AL)
Foi encerrada na última sexta-feira (12/5), a I Semana Nacional do Registro Civil –...
Portal CNJ
15 DE MAIO DE 2023
Justiça do DF realiza 5º Mutirão PopRuaJud para atender pessoas em situação de rua
Nesta quarta-feira (17/5), das 9h às 16h, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, o Tribunal de Justiça...
Portal CNJ
15 DE MAIO DE 2023
Semana Nacional do Registro Civil: documentação básica é emitida gratuitamente no Acre
“Cem reais para uma identidade é cem reais que falta para barriga dos meus filhos. É muito bom poder tirar tudo...
Portal CNJ
15 DE MAIO DE 2023
Liderança Digital para Mulheres: evento discute aplicação do legal design no Judiciário
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho realiza, no dia 19 de maio (sexta-feira), das 10h às 12h, a 4ª...