NOTÍCIAS
04 DE SETEMBRO DE 2023
Publicação sobre equipes interdisciplinares do Judiciário será lançada na quarta (6/8)
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizará, no dia 6 de setembro (quarta-feira), das 10h30 às 12h, webinário para lançar a publicação ‘Equipes Interdisciplinares do Poder Judiciário: levantamento nacional e estratégias de incidência’. O documento reúne boas práticas e estratégias para qualificar e fortalecer o trabalho dessas equipes nas áreas da execução penal, de alternativas penais e de execução de medidas socioeducativas, além da aproximação com as equipes dos Grupos de Monitoramento e Fiscalização dos Sistemas Carcerário e Socioeducativo (GMFs) dos Tribunais. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do CNJ no YouTube.
“A estruturação de equipes interdisciplinares no Poder Judiciário é fundamental para o sucesso de inúmeras políticas no campo penal e no campo socioeducativo, notadamente para a identificação de vulnerabilidades, riscos e possibilidades de proteção social presentes na trajetória de vida das pessoas marcadas pela privação de liberdade e suas famílias”, avalia o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ), Luís Lanfredi. “Justamente esse olhar abrangente, voltado ao indivíduo e não somente a um tipo penal ou um ato infracional, é capaz de subsidiar e informar nossa atuação na magistratura”, completa.
As equipes interdisciplinares são compostas por profissionais de diferentes especialidades, trajetórias e formações, que atuam principalmente em duas frentes: primeiro, no atendimento direto às pessoas em processos de execução penal, de penas e medidas alternativas e de medidas socioeducativas, além de suas famílias.
São fundamentais para a garantia de uma abordagem humanizada e digna nos espaços de justiça, e também na identificação de vulnerabilidades e eventuais ocorrências de violação de direitos. Esse time multiprofissional também fornece pareceres técnicos para auxiliar decisões de magistrados e magistradas, fornecendo análises especializadas baseadas na área de conhecimento de cada um.
Fazendo Justiça
O material foi produzido no contexto do programa Fazendo Justiça, coordenado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para acelerar as transformações necessárias no campo da privação de liberdade. A publicação foi elaborada a partir de mapeamento que identificou a caracterização das equipes, práticas, regramentos e dinâmicas locais.
A segunda parte do produto destaca as atribuições e características das varas participantes do levantamento (Varas de Execução Penal, Varas de Execução e Medidas Alternativas, Varas da Infância e Juventude e Grupos de Monitoramento e Fiscalização). A última parte do documento apresenta medidas de gestão para o fortalecimento do trabalho das equipes interdisciplinares.
“A pesquisa demonstrou que esses profissionais lidam com situações diversas e adversas, o que nos traz desafios na construção de parâmetros de atuação, sobretudo em um país tão desigual quanto o Brasil. Além disso, os grupos de trabalho trouxeram questões como sobrecarga de trabalho, ausência de reconhecimento, relações hierárquicas enrijecidas, necessidade de ampliar a capacidade de articulação do Judiciário com o Executivo, entre outras”, explica a consultora do PNUD responsável pelo produto, Abigail Silvestre Torres. “Essas equipes alargam a interpretação da justiça sobre a vivência da sociedade e provoca a justiça, o sistema judiciário, a considerar atenuantes nas trajetórias das pessoas e a responsabilizar o estado pelas violações de direitos”, finaliza.
Diversidade e vivências
A psicóloga do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), Karla Dalmaso Souza, integra uma equipe interdisciplinar na corte paraense e participou do grupo de trabalho que respondeu às questões que resultaram na publicação. A central da Equipe Multidisciplinar da Vara de Execuções Penais da região metropolitana de Belém, onde trabalha, atende um grande complexo penitenciário e o manicômio judiciário. Lá, atuam 4 profissionais (2 psicólogas, 1 assistente social e 1 pedagoga).
A vastidão do estado amazônico é algo que afeta diretamente o dia a dia dessas equipes. “As distâncias se tornam ainda maiores devido às condições das estradas, tanto enlameadas no período chuvoso quanto empoeiradas no verão amazônico. Isso é particularmente enfrentado por colegas que atuam no interior. Apesar das grandes conquistas, existem desafios relativos à carga de trabalho e a atuação interdisciplinar”, exemplificou.
Para Karla, a publicação é pioneira ao discutir a atuação de equipes multidisciplinares em Varas como as de Infância e Juventude, Penas Alternativas e de Execução Penal porque explora a diversidade, potencialidades e desafios dessas equipes, tanto em âmbito macro quanto micro, regional e local.
“O documento oferece dados que podem melhorar as ações, expandir áreas de atuação e desenvolver referenciais técnicos. Um achado do levantamento é a falta de parâmetros claros para as responsabilidades das equipes, o que destaca a necessidade de investimento para sua formação. Essa publicação pode servir como uma ferramenta para as equipes argumentarem a necessidade de expansão e aprimoramento de suas atuações com base nos dados e argumentos apresentados”, finalizou.
Webinário de lançamento da publicação ‘Equipes Interdisciplinares do Poder Judiciário: levantamento nacional e estratégias de incidência’
Quando: 6 de setembro, das 10h30 às 12h
Onde: canal do CNJ no YouTube
Acompanhe o evento:
Texto: Isis Capistrano
Edição: Nataly Costa e Débora Zampier
Agência CNJ de Notícias
The post Publicação sobre equipes interdisciplinares do Judiciário será lançada na quarta (6/8) appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
15 DE SETEMBRO DE 2023
Comitê interministerial atuará na proteção de terras indígenas
Cerca de 13% do território nacional é de usufruto desses povos.
Anoreg RS
15 DE SETEMBRO DE 2023
Provimento nº 29/2023 CGJ-RS regulamenta o procedimento registral de adjudicação compulsória de imóvel objeto de promessa de venda ou de cessão ou de promessa de cessão quitadas e as atas notariais, orientando sobre a cobrança de emolumentos
Clique aqui e confira a normativa na íntegra.
Anoreg RS
15 DE SETEMBRO DE 2023
Informativo de Jurisprudência do CNJ trata das novas regras nas Resoluções CNJ nº 81/2009 e 203/2015 para as cotas raciais em concursos do Poder Judiciário
O Plenário do Conselho, por unanimidade, aprovou alterações na Resolução CNJ nº 81/2009 e na Resolução CNJ...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
4º Fonape: Rosa Weber abre reflexões sobre alternativas penais na aplicação de leis sobre drogas
Em alusão aos indicadores que colocam o Brasil em terceiro lugar no mundo, em termos absolutos, de pessoas...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Link CNJ desta quinta (14/9) discute os indicadores do Justiça em Números
O Link CNJ desta quinta-feira (14/7) os dados apurados pela 20ª edição do relatório Justiça em Números,...