NOTÍCIAS
18 DE MAIO DE 2023
Foninj: Esforço compartilhado transforma a realidade de crianças e adolescentes
O papel do Judiciário na transformação da realidade de milhares de crianças e adolescentes no país foi destacado pelo presidente do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj) e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, Richard Pae Kim, na abertura do I Congresso do Foninj, na manhã desta quinta-feira (18/5), em São Paulo.
O evento reúne magistrados, procuradores e defensores públicos no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para debater os principais gargalos na proteção desse público no Brasil.
Na abertura do congresso e na Conferência Magna, realizadas na manhã desta quinta-feira (18), o conselheiro Pae Kim relembrou os esforços empreendidos pelo Judiciário na defesa dos interesses da infância. O conselheiro alertou, no entanto, para a gravidade de estatísticas, como aquela divulgada pelo Ministério da Saúde que revelou que mais de 50% das vítimas de violência sexual são crianças abaixo de 5 anos de idade. “Temos índices altíssimos de violência doméstica envolvendo crianças. É dever do Judiciário atender adequadamente essas crianças e adolescentes”, disse.
O engajamento do Judiciário brasileiro pode ser observado, segundo Pae Kim, nos investimentos nas varas da infância e da juventude, inclusive com a criação daquelas especializadas e de crimes contra crianças e adolescentes. O conselheiro citou ainda a capacitação permanente de equipes psicossociais e de magistrados, por parte dos tribunais, bem como a criação de coordenadorias da infância e juventude, como exemplos do trabalho desenvolvido na Justiça nos últimos anos. “O Judiciário muito tem feito. Infelizmente, a extrema pobreza, aliada à violência e à falta de cuidados, seja da família, do Estado e da sociedade, continua a gerar danos irrecuperáveis a muitos cidadãos”, salientou Richard.
Atuação engajada do CNJ
Na Conferência Magna, o conselheiro Richard Pae Kim, destacou, entre outros pontos, o Sistema Nacional de Adoção (SNA), que presta auxílio na reintegração familiar das crianças e dos adolescentes acolhidos que não estão aptos para adoção. Implementado a partir de 2019, o sistema contribui para otimizar o processo de adoção.
O conselheiro pontuou que o sistema revela a existência de 4.368 crianças aptas para adoção. Dados do SNA mostram que mais de 36 mil crianças foram acolhidas. Das 2591 crianças que não encontram pretendentes, 62% são maiores de 10 anos e 63% fazem parte de grupos de irmãos.
O coordenador do fórum evidenciou a atuação do CNJ que, ao longo de seus quase 18 anos de existência, sem hesitar, agiu das mais diversas formas para disseminar a luta em prol de crianças e adolescentes. “Foram feitas tanto ações internas, quanto àquelas voltadas exclusivamente à sociedade em geral. O Pacto Nacional pela Primeira Infância, a Política Nacional pela Primeira Infância (Resolução nº 470/2022) e o Pacto Nacional pela Escuta Protegida são alguns exemplos. Ainda seria possível citar dezenas de resoluções, programas e projetos com resultados e impactos louváveis”, assinalou.
Direitos da criança
A cerimônia de abertura, conduzida pelo desembargador José Maria Câmara Júnior, diretor da Escola Paulista da Magistratura, compartilhou reflexões sobre a iniciativa que busca aprofundar o entendimento de temas relacionados à infância e à adolescência. A coordenadora da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Sergipe, juíza Iracy Ribeiro Mangueira Marques, lembrou que o adolescente é um sujeito de direitos que precisa exercer sua singularidade.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Direito da Criança e do Adolescente (Ibdcria), Raul Augusto Souza Araújo, responsável pela participação de adolescentes no evento, o congresso é fundamental para lutar pelos direitos desses jovens. “Essa iniciativa é importante, pois quanto mais o sistema de justiça se abre, mais vamos entender as diferentes juventudes do nosso país”, destacou.
As discussões que serão desenvolvidas ao longo do encontro ajudam a fortalecer o papel da “família axiologicamente aberta e estabelece um pacto de geração”, disse o presidente do Fórum Nacional da Justiça Protetiva (Fonajup), juiz Daniel Konder de Almeida.
O juiz Rafael Souza Cardozo, que também preside o Fórum Nacional da Justiça Juvenil (Fonajuv), reiterou o compromisso do órgão com o esforço para afastar as chamadas “medidas pseudo-protetivas”. “As ações devem estar sempre alicerçadas no adolescente. Temos que ter em mente que o julgamento rápido e célere é direito de todo adolescente”, disse.
Considerando a expressiva participação dos estados, o desembargador do TJSP Reinaldo Cintra, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj) e coordenador da Infância e da Juventude do TJSP, ressaltou que a presença de todos demonstra que os tribunais e as áreas ligadas à criança e à juventude estão dando valor à temática. “É um momento histórico, não só para os adolescentes, mas pelo reconhecimento dos tribunais de justiça sobre a importância dessa matéria”.
O corregedor-geral da Justiça de São Paulo, desembargador Fernando Torres Garcia, afirmou que o Congresso do Foninj deverá funcionar como um laboratório de ideias na consagração da plenitude dos direitos das crianças e dos adolescentes. “Esses jovens têm sido deixados de lado. Precisamos assegurar uma prestação jurisdicional efetiva e de qualidade, que atenda às crianças e aos adolescentes”, declarou.
Foninj
O I Congresso do Fórum Nacional da Infância e Juventude (Foninj), que tem o objetivo de debater temas caros às crianças e aos adolescentes, como o futuro das políticas públicas voltadas a esse público e novas fronteiras na Justiça para a área, conta com a participação de magistrados, promotores e equipes técnicas do Poder Judiciário, Ministério Público e defensorias públicas. O evento segue na parte da tarde, com a realização de cinco workshops temáticos que envolverão magistrados, entidades vinculadas à infância e adolescência e jovens pelo Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. A programação completa do evento, que se estende até a sexta-feira (19), está disponível para consulta.
Texto: Ana Moura
Edição: Jônathas Seixas
Agência CNJ de Notícias
The post Foninj: Esforço compartilhado transforma a realidade de crianças e adolescentes appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
17 DE MAIO DE 2023
Honorários de administrador judicial são debatidos em reunião do Fonaref
A recomendação sobre a base de cálculo dos honorários do administrador judicial tanto nos processos de...
Portal CNJ
17 DE MAIO DE 2023
Presidente do Foninj conhece em Alagoas ações na área da Infância e Juventude
As principais ações na área da Infância e Juventude promovidas pelo Poder Judiciário de Alagoas foram...
Portal CNJ
17 DE MAIO DE 2023
2.º Mutirão Justiça pela Dignidade alcançou 75,8% de taxa de eficiência
A segunda edição do “Mutirão Justiça pela Dignidade”, realizada pelo Tribunal de Justiça do...
Portal CNJ
17 DE MAIO DE 2023
Conselho da Justiça do Trabalho lança Monitor do Trabalho Decente
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, em parceria com os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), lançou...
Portal CNJ
17 DE MAIO DE 2023
Em Mato Grosso, presos do regime fechado são atendidos durante o Registre-se!
Ansioso para retornar ao mercado de trabalho, Neto, de 25 anos, ficou sabendo por meio da Fundação Nova Chance...