NOTÍCIAS
20 DE MARçO DE 2023
Com mediação do CNJ, poder público e setor privado avançam em direção a acordo histórico sobre a tragédia de Mariana (MG)
Na última semana, representantes do poder público e das empresas que respondem pelo desastre socioambiental de Mariana (MG), com a mediação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sentaram-se à mesa para discutir acordo histórico.
“Esse acordo, se chegar a ser celebrado, tem potencial para ser o maior acordo ambiental do planeta, envolvendo mais de R$ 100 bilhões. É certamente uma cifra muito vultosa que pode transformar a realidade daquela região do Vale do Rio Doce”, destacou o conselheiro do CNJ Luiz Fernando Bandeira de Mello.
Participaram da negociação nove entes do poder público, sendo três integrantes da União e do governo de Minas Gerais e do Espírito Santo, três dos ministérios públicos das esferas correspondentes e a mesma tríade das defensorias públicas. Pelo setor privado, integram a mesa representantes de três empresas: Samarco Mineração, Vale S.A. e BHP Billiton Brasil.
Com a reabertura do diálogo, pretende-se repactuar o acordo celebrado ainda em 2015, logo após a tragédia que aconteceu em decorrência da ruptura da barragem de Fundão em novembro daquele ano, quando 19 pessoas morreram.
O documento anterior previa que, com a criação da Fundação Renova, custeada pelas empresas responsáveis pela barragem, todas as pessoas vítimas da tragédia seriam indenizadas. Também ficou sob responsabilidade da fundação a reparação pelos efeitos ambientais gerados pelos 40 milhões de metros cúbicos de lama que chegaram ao Rio Doce e que foram carregados pelo rio até o Oceano Atlântico, no litoral do Espírito Santo. Porém, o acordo não tem sido devidamente cumprido, como esclarece o conselheiro.
“Infelizmente, passados sete anos, o que se vê é que as pessoas ainda não foram indenizadas, a reparação ambiental ainda não foi feita, de modo que vamos fazer agora uma repactuação, um novo acordo para substituir aquele celebrado em 2015.”
Atendimento aos atingidos
Bandeira de Mello explica que a prioridade do acordo continua sendo o atendimento aos atingidos, ou seja, as pessoas que ficaram desabrigadas, que perderam familiares e também aqueles que ficaram sem o seu meio subsistência, a exemplo dos indígenas e dos pescadores de camarão do Espírito Santo.
Como a lama não poderá ser totalmente removida de determinadas localidades, a total reparação ambiental da tragédia não é possível. Por isso, é necessária a contrapartida das empresas, com investimento em políticas públicas de saneamento básico e de saúde, por exemplo. “O objetivo principal é melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem naquela região”, afirmou o conselheiro.
Novas reuniões, no Palácio do Planalto e no CNJ, estão previstas para acontecer dentro de um mês.
Texto: Mariana Mainenti
Edição: Karina Berardo
Agência CNJ de Notícias
The post Com mediação do CNJ, poder público e setor privado avançam em direção a acordo histórico sobre a tragédia de Mariana (MG) appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
28 DE FEVEREIRO DE 2023
“A atividade desenvolvida pelos serviços notarias e de registro é de grande valia para sociedade e muito mais para o Poder Público”
Vice-presidente do IRIB, José de Arimatéia Barbosa fala os serviços prestados pelos serviços extrajudiciais.
Anoreg RS
28 DE FEVEREIRO DE 2023
“Corregedoria Nacional de Justiça tem auxiliado os cartórios na implantação da LGPD”, afirma corregedor nacional de justiça
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi criada para garantir a proteção de dados pessoais e privacidade dos...
Anoreg RS
28 DE FEVEREIRO DE 2023
Artigo – Recuperação de crédito: como utilizar os sistemas conveniados ou particulares – Por Sérgio Jacob Braga e Kelly Suzanne Fonseca
O sucesso no recebimento de um crédito depende de 4 etapas a seguir detalhadas: prevenção, procura, coerção e...
Anoreg RS
28 DE FEVEREIRO DE 2023
Artigo – Os vetos e a viabilidade de adjudicação compulsória extrajudicial – Por Vitor Frederico Kümpel e Fernando Keutenedjian Mady
No apagar das luzes de 2022, foi publicado o artigo intitulado "A adjudicação compulsória na via extrajudicial"...
Portal CNJ
27 DE FEVEREIRO DE 2023
Grupo do CNJ sobre redução da letalidade policial fará visitas a unidades de segurança
Integrantes do Grupo de Trabalho “Polícia Cidadã – Redução da Letalidade Policial”, do Conselho...