NOTÍCIAS
18 DE DEZEMBRO DE 2023
Ações coletivas: Fórum deve construir proposta referente à destinação de indenizações
A destinação de valores oriundos de condenação em ações coletivas será o tema prioritário do Fórum Nacional das Ações Coletivas, criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante a reunião realizada na última sexta-feira (15/12), os participantes do Fórum apontaram os desafios relacionados ao tema, que deve ser tratado em Resolução Conjunta do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a ser construída pelo colegiado.
Para o presidente do Fórum, conselheiro Pablo Coutinho Barreto, a utilização de valores em tutela específica – para recuperação de bens ambientais ou culturais degradados ou promoção de ações compensatórias que busquem a reparação de um dano a um bem coletivo – é uma questão urgente e deve ser o primeiro tema a ser tratado em 2024. “A ideia é que possamos conceber de forma conjunta – CNJ e CNMP – um normativo que trate da destinação de valores de tutela específica, disciplinando questões como fiscalização, transparência, controle e previsão de situações de conflito de interesse, onde ocorrem os problemas”, afirmou.
O objetivo é que o trabalho conjunto traga segurança jurídica nas hipóteses específicas para que sejam afastados os questionamentos atuais sobre a destinação de receitas de condenações em ações civis públicas. “Também queremos desenhar um cenário muito mais efetivo para a tutela coletiva, a partir da construção dessa resolução”, disse o conselheiro.
O presidente do Fórum também reforçou a necessidade do permanente desenvolvimento de instrumentos mais eficientes para o tratamento de conflitos coletivos, especialmente no contexto atual. “Por isso é importante a pluralidade do Fórum, que traz a força necessária para construir as propostas, tornar efetiva a tutela dos direitos e ter também um olhar em termos de compliance de destinação desses valores”.
As discussões levam em consideração a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 944), conhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) este ano e a Lei 7.347/1985, que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico.
O secretário de Estratégia e Projetos (SEP/CNJ), Gabriel da Silveira Matos, ressaltou que é preciso discutir as questões referentes às ações coletivas, pois as varas que recebem essas demandas precisam de ferramentas estratégicas para lidar com o impacto que as ações causam. “O CNJ assumiu protagonismo na temática, compondo um Fórum plural, com a participação de diversas instituições, perfis e experiências profissionais diversas. Vamos trabalhar com possibilidades do acesso coletivo a direitos para melhorar no Brasil”.
O conselheiro Marcello Terto, também membro do colegiado, disse que é preciso estar atento à efetivação da tutela, a partir de uma agenda voltada ao monitoramento e gestão das ações coletivas. “Temos uma questão de legitimidade que não pode interferir no que é o interesse das tutelas coletivas. O conhecimento do grupo e as alterações funcionais do sistema são ferramentas que podem ser utilizadas nessa questão”, observou.
Além do tema prioritário, os participantes levantaram outros assuntos que poderão ser tratados em 2024. O grupo deve definir outros cinco pontos, pelo menos, para o período, além de preparar o planejamento anual e a agenda de reuniões – preferencialmente virtuais – para o próximo semestre.
Entre as sugestões levantadas pelos demais participantes está o envolvimento dos Centros de Inteligência dos tribunais para trabalhar as soluções de problemas, dados para julgamentos, execução e prevenção de futuros litígios. A próxima reunião do Fórum está marcada para o dia 30 de janeiro, às 14h30, pela plataforma Teams, para discutir a minuta de proposta de Resolução Conjunta.
Fórum Nacional
Composto por representantes do CNJ e do CNMP – incluindo tribunais e procuradorias – o grupo também tem participação de membros da academia e da sociedade civil. De caráter permanente, o colegiado foi criado pela Resolução CNJ n. 138/2011, atualizada pela Resolução CNJ nº 326/2020. Sua composição foi definida pela Portaria Presidência CNJ n. 363/2023.
De acordo com o normativo, o Fórum tem a responsabilidade de, entre outros, monitorar o desenvolvimento e os resultados de demandas judiciais que discutam questões relacionadas à tutela jurídica de interesses difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos. Além disso, deve elaborar estudos e avaliações para encaminhar propostas de práticas concretas e orientações para aperfeiçoar normativas cujos escopos sejam a prevenção e resolução de controvérsias ligadas aos direitos coletivos.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Ações coletivas: Fórum deve construir proposta referente à destinação de indenizações appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
18 DE DEZEMBRO DE 2023
Exclusão extrajudicial de sócio de empresa depende de previsão no contrato social
A exclusão extrajudicial de um sócio de uma empresa, mediante alteração do contrato social, justifica-se apenas...
Anoreg RS
18 DE DEZEMBRO DE 2023
Anoreg/RS, CNB/RS, Colégio Registral do RS e IRIRGS publicam Nota Conjunta sobre qualificação notarial e LGPD
Confira a nota com orientações a respeito da qualificação notarial e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais...
Anoreg RS
18 DE DEZEMBRO DE 2023
Artigo – Usucapião de veículos: um guia completo
A usucapião é um meio de adquirir propriedade por posse prolongada de bens. Em veículos, têm regras...
IRIRGS
18 DE DEZEMBRO DE 2023
Clipping – IRIB – TJSP mantém nulidade de venda de imóvel para prejudicar direitos sucessórios
A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve decisão da 2ª Vara Cível de...
Portal CNJ
15 DE DEZEMBRO DE 2023
Política judiciária de atenção às vítimas é tema de evento no RJ na segunda (18/12)
Para qualificar o tratamento oferecido pelo Poder Judiciário a vítimas de crimes e atos infracionais, o Conselho...