NOTÍCIAS
26 DE OUTUBRO DE 2022
Mutirão de paternidade: jovem recebe nome do pai falecido após teste com DNA dos avós
Ter seus documentos reconhecidos com o sobrenome do pai. Esse era um dos maiores sonhos de *Rodrigo, de 17 anos, morador de Paulista. O pai do jovem, *Francisco, faleceu quando o bebê tinha um mês de vida. Não deu tempo de fazer o registro. Durante o 1º Mutirão de Paternidade e Cidadania, da Comarca de Paulista, foram realizados 30 testes para a identificação da paternidade de crianças e adolescentes através da administração de exames de DNA, e o caso de Rodrigo logo chamou a atenção da equipe de servidores, presidida pelo coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) e juiz da Infância e Juventude da Comarca, Ricardo de Sá Leitão.
Ser pai de um menino era o sonho de *Francisco, que já era pai de *Amanda. “A gestação teve várias complicações por questão de saúde da mãe e, assim, o bebê nasceu prematuro, com 8 meses, no dia 16 de novembro. Acredito que foi apenas para o pai conhecê-lo. Ele curtiu intensamente o primeiro mês de vida do seu filho e, em 20 de dezembro de 2004, faleceu”, conta *Mariana, irmã de *Francisco e tia de *Rodrigo.
O teste de DNA da paternidade do adolescente foi possível por meio da coleta de sangue dos avós durante o mutirão. “Nunca houve dúvida da mãe e de meus pais (avós paternos) em relação à paternidade de *Rodrigo, mas o teste se fez necessário para oficializar a documentação do meu sobrinho com o objetivo de incluir o sobrenome do pai e os nomes dos avós no registro”, explica *Mariana.
A abertura do exame de *Rodrigo foi cercada por muita expectativa por parte da família. “O juiz perguntou o que o coração da minha mãe estava sentindo naquele momento: se o exame daria positivo ou negativo? Mas como coração de mãe nunca se engana ela respondeu: ‘Positivo’. Estávamos ansiosos para receber o resultado e quando ouvimos a confirmação, a emoção tomou conta de todos. Meu sobrinho abraçou minha mãe emocionado pela realização do sonho de todos nós”, revela *Mariana.
Para *Rodrigo, a ideia era poder ter o sobrenome igual ao da irmã, *Amanda. “Eu me senti muito feliz e realizado”, diz o jovem. Dona Maria, sua avó, descreve o sentimento no instante da abertura do exame. “Foi de felicidade e gratidão por ver o nosso propósito sendo alcançado. Eu não tinha mais esperança de ver essa causa resolvida, mas Deus é fiel”. Seu *José, avô de adolescente, sintetiza: “Fiquei feliz, foi a confirmação do que já sabíamos e até que enfim, após tantos anos, a nossa luta terminou”, comenta.
O juiz responsável pela Vara de Infância e Juventude de Paulista, Ricardo de Sá Leitão, enfatiza a relevância em ter no registro a identificação paterna. O juiz destaca, ainda, que o exame de DNA recairá sobre os avós quando não for possível fazê-lo com o pai em casos comuns de morte ou de paradeiro incerto do genitor.
“Assegurar o registro da paternidade é a condição para fomentarmos a cultura da paternidade responsável e, por ela, fortalecer a dignidade e a convivência familiar de nossas crianças. Não bastassem essas conquistas civilizacionais, ainda haverá um ganho para a administração da justiça, prevenindo litígios que são os mais frequentes nas varas de família: investigação de paternidade, guarda, regulamentação de visitas e alimentos. Nesse caso, a confirmação da origem possibilitou ao adolescente a confirmação da sua história e identidade, cujo valor é inestimável, por meio de uma forma que muitos desconhecem, que é o teste de DNA dos avós”, afirmou o magistrado.
Ação
O I Mutirão de Paternidade e Cidadania teve início no dia 22 de julho, iniciativa do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Paulista. A ação, feita em parceria com a Prefeitura do Município (CRAS e Conselhos Tutelares), a Defensoria Pública e as coordenações dos cursos de direito e farmácia da Uninassau, objetivou a identificação da paternidade de crianças e adolescentes através da administração de exames de DNA. A outra etapa do processo aconteceu no dia 30 de setembro, a partir dos resultados dos exames. Foi quando o sonho do jovem Rodrigo se transformou em felicidade.
*Nomes fictícios para preservar as partes
Fonte: TJPE
The post Mutirão de paternidade: jovem recebe nome do pai falecido após teste com DNA dos avós appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
06 DE DEZEMBRO DE 2022
Resolução do CNJ busca superar falhas no reconhecimento de pessoas
Para evitar a condenação de pessoas inocentes e possibilitar a responsabilização dos culpados, o Plenário do...
Portal CNJ
06 DE DEZEMBRO DE 2022
Copa do mundo: CNJ informa horário do expediente na próxima sexta-feira (9/12)
Com a classificação do Brasil para as quartas de final da Copa do Mundo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)...
Portal CNJ
06 DE DEZEMBRO DE 2022
CNJ aprova recomendação relativa a trabalho infantil em espetáculos públicos
O número de trabalhadores infantis no Brasil pode ser sete vezes maior do que indicam as estatísticas oficiais....
Anoreg RS
06 DE DEZEMBRO DE 2022
Rio Grande do Sul fecha PQTA com nove cartórios premiados na cerimônia nacional
O evento é promovido pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR) e foi transmitido no...
Anoreg RS
06 DE DEZEMBRO DE 2022
IRIB disponibiliza todos os episódios de documentário sobre georreferenciamento
“GEO IRIB 20 anos – O Papel do IRIB na Gestão Territorial Brasileira” foi produzido em celebração aos 20...