NOTÍCIAS
20 DE SETEMBRO DE 2022
Justiça gaúcha debate sobre audiências concentradas no socioeducativo
Recomendada pelo CNJ aos tribunais e autoridades judiciárias em maio de 2021, a audiência concentrada foi tema de uma live promovida na última semana pela Coordenadoria da Infância e Juventude do RS. Ao abrir o evento, o juiz-corregedor Luís Antônio de Abreu Johnson destacou a importância das audiências concentradas para a garantia de direitos dos adolescentes privados de liberdade. “Precisamos compreender que as medidas socioeducativas de internação e de semiliberdade têm caráter de excepcionalidade. Reavaliá-las é fundamental para a garantia de direitos”, afirmou o magistrado.
A Coordenadora do Eixo Socioeducativo do Programa Fazendo Justiça do CNJ, Fernanda Machado Givisiez, relatou que a audiência concentrada é uma metodologia de revisão das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade prevista na lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), em vigor há quase dez anos. Segundo Fernanda, a Recomendação CNJ n. 98/2021, fortaleceu a adoção dessa metodologia. Foram estabelecidas diretrizes e procedimentos para a realização das audiências concentradas a cada três meses de execução das medidas. Nessa modalidade de audiência, o adolescente é ouvido dentro da unidade de internação, com participação da família dele, da rede de proteção, além do juiz, promotor de Justiça e defensor público ou advogado.
“Além de prevenir possíveis violações de direitos, o adolescente passa a entender o sistema de Justiça e o andamento do seu processo. A participação da rede de proteção é importante para que possamos encaminhá-los a programas sociais”, observou. Uma das magistradas do RS que está implantando as audiências concentradas é a juíza de direito do 3º Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre, Karla Aveline de Oliveira. A magistrada contou como está sendo a experiência dela na metodologia.
“Realizamos ontem (13/9) uma audiência concentrada, em um espaço preparado e ambientado pela unidade socioeducativa. Criamos um espaço seguro, de escuta, colocamos também o adolescente como responsável pelo cumprimento da medida, protagonista. É uma quebra de paradigma fundamental. Os juízes estão acostumados com o seu espaço. Precisamos dialogar mais com as outras áreas do conhecimento”, pontua.
Presente ao evento, a juíza do Juizado Regional da Infância e Juventude da Comarca de Santa Maria, Gabriela Dantas Bobsin, disse que a recomendação do CNJ serviu para o aprimoramento da técnica. “Fomos adaptando o procedimento de forma a garantir o sigilo da fala do socioeducando nas audiências concentradas sem que ele passasse pelo constrangimento de falar na presença do diretor e agentes socioeducativos. Nas audiências concentradas a gente entende melhor a dinâmica do adolescente com a equipe técnica e com a família. Há casos em que o adolescente nem havia compreendido o motivo de estar cumprindo a medida. Isso faz com que ele não se sinta responsável pelo ato infracional”, afirma a magistrada.
Fonte: TJRS
The post Justiça gaúcha debate sobre audiências concentradas no socioeducativo appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
21 DE OUTUBRO DE 2022
#PartiuFuturo: TJPE oferece oportunidades a jovens que cumprem medidas socioeducativas
Anderson Carvalho de Freitas, 17 anos, dirige-se de segunda a sexta a um arquivo público do Recife, onde passa a...
IRIRGS
21 DE OUTUBRO DE 2022
Clipping – Exame – Investimento em cotas de imóveis fica mais acessível: é possível aplicar a partir de R$ 10 mil
A cota de empreendimento imobiliário já é uma modalidade de investimento tradicional no setor, mas até pouco...
Portal CNJ
21 DE OUTUBRO DE 2022
Corregedor nacional de Justiça suspende pagamento de verbas retroativas pelo TJMG
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, ordenou, nesta sexta-feira (21/10), a suspensão...
Anoreg RS
21 DE OUTUBRO DE 2022
21 de outubro de 2022: 179 anos do Registro de Imóveis brasileiro
Leia o depoimento do presidente da Anoreg/RS, João Pedro Lamana Paiva, em homenagem ao sistema registral...
Portal CNJ
21 DE OUTUBRO DE 2022
Responsabilizar empresas por danos aos direitos humanos é peça-chave para reparar vítimas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoveu, nesta sexta-feira (21/10), o Seminário Diálogo com Juízes e...